Você já teve dúvidas sobre para quê, como, por quê e por quanto tempo tomar um medicamento e não obteve respostas satisfatórias e confiáveis? O que fazer diante da dúvida sobre um medicamento? Onde encontrar informações corretas e atualizadas nesse universo gigantesco de sites, livros, artigos em revistas, em vários idiomas?
Hoje, vivemos um mundo permeado por redes sociais, globais e virtuais, cercado de informação por todos os lados. Sem dúvida, o acesso a informação não é mais um problema. Na verdade, o problema é outro: encontrar boa informação, separar "o joio do trigo", saber reconhecer uma boa referência no assunto e estar verdadeiramente atualizado. Vivemos a era da "explosão da informação".
Quando o assunto é informação sobre medicamentos, a situação se complica. A introdução contínua de novos fármacos traz consigo o incremento no volume de informações sobre medicamentos e os profissionais de saúde acabam tendo dificuldade de se manter atualizados. A internet, por meio dos sites de busca, blogs, redes sociais etc, emerge como possível grande aliada desses profissionais, que precisam estar rapidamente bem informados para tomar decisões terapêuticas eficazes. Por que possível aliada? Afinal, a internet não possibilita termos acesso rápido à toda e qualquer informação, inclusive sobre medicamentos? Sim. Todavia, o profissional de saúde não precisa de toda e qualquer informação sobre medicamentos. Precisa de informações idêoneas, verídicas e precisas. As informações contidas na internet precisam ser bem criticadas para serem realmente úteis. Em suma, o problema continua.
Uma solução para esse problema tem se mostrado na formação de profissionais qualificados na disseminação de informações sobre medicamentos e na estruturação de Centros e Serviços de Informações sobre Medicamentos (CIM/SIM), que têm como objetivo central a garantia do Uso Racional de Medicamentos.
Segundo Vidotti (1999), o primeiro CIM do Brasil tem data de 1979 e estava localizado no Serviço de Farmácia do Hospital Onofre Lopes (RN). Em 1992 foi instalado o Centro Brasileiro de Informações sobre Medicamentos, no Conselho Federal de Farmácia (CFF), e em 1994 foi instituida a rede brasileira de CIM, denominada de Sistema Brasileiro de Informação sobre Medicamentos (SISMED). Ao longo da década de 90 e dos primeiros anos do século XXI, outros CIM/SIM foram implantados no país.
Infelizmente, o SISMED nunca conseguiu efetivamente tornar-se uma rede de centros e serviços de saúde. Para piorar o cenário, vários CIM/SIM ameaçavam fechar as portas, enquanto alguns definitivamente encerravam suas atividades. A configuração, estrutura física e de financiamento dos CIM/SIM é muito variável. Geralmente, esses centros e serviços sofrem efeitos diretos da conjuntura política e ou econômica do local onde estão "albergados".
Diante desse cenário, em 2005, durante o I Congresso Brasileiro sobre Uso Racional de Medicamentos, em Porto Alegre - RS, alguns coordenadores de CIM/SIM reuniram-se no intervalo do café para discutir a situação e propor alternativas de viabilização e manutenção dos centros e serviços ainda atuantes no país. Portanto, participaram dessa reunião: Isabela Heineck (CIM - RS), Paulo Arrais (GPUIM/CE), José Ruben Alcântara Bonfim (SOBRAVIME/SP), Selma Castilho (CRIM - UFF/RJ), Marselle Carvalho (CIM Belém - PA) e Gilberto Pereira (CIM - CESUMAR/PR). Ao final da reunião, o grupo decidiu escrever uma carta, relatando a situação dos CIM/SIM, que foi apresentada ao final do congresso pelo José Ruben Bonfim.
Em 2006, durante o VI Encontro de CIM/SIM, na sede da OPAS - DF, o grupo de coordenadores apresentou a proposta de implantação de uma rede autônoma de Centros e Serviços de Informações sobre Medicamentos, denominada REBRACIM, tendo também como participantes a OPAS, ANVISA e Ministério da Saúde. Contudo, a tentativa de constituir um espaço autonomo e solidário dos CIM/SIM do país não logrou êxito.
Sem desistir do sonho, os coordenadores, entre os quais destaco Selma Castilho, Paulo Arrais, Gilberto Pereira, Rosa Martins e Isabela Heineck, articularam a realização de uma oficina de CIM/SIM no II Congresso Brasileiro de Uso Racional de Medicamentos, em Florianópolis - SC. Nesse congresso, diante da experiência relatada pela ABRASCIT (Associação Brasileira de Centros de Informação Toxicológica), os coordenadores dos CIM/SIM decidiram fundar a ABIME (Associação Brasileira de Informação sobre Medicamentos). Embora tenha sido um grande passo para a autonomia dos centros e serviços, a ABIME não teve uma vida feliz e duradoura em função da limitação financeira dos CIM/SIM.
Em 2009, após novas articulações e negociação com a OPAS e o Ministério da Saúde, durante o III Congresso Brasileiro sobre Uso Racional de Medicamentos, em Fortaleza - CE, a REBRACIM começou a ser reestabelecida, culminando com a composição do atual Conselho Gestor da rede, constituido por Selma Castilho (RJ), Paulo Arrais (CE), Elizoneth Sessa (ES), Alexandre Sartori (RS), Evellise Sousa (BA), Luiz Henrique Costa (OPAS) e Marco Aurélio Pereira (DAF/MS) e realização do I Fórum da REBRACIM, na sede da OPAS - DF, em outubro de 2010.
Hoje, a REBRACIM está se reorganizando e conta com o apoio da OPAS, DAF/MS, ABENFAR (Associação Brasileira de Ensino Farmacêutico) e da FENAFAR (Federação Nacional dos Farmacêuticos). A idéia central da REBRACIM é fortalecer os centros e serviços de informações sobre medicamentos em funcionamento no país, por meio da configuração de uma rede autônoma e solidária, com financiamento regular, com o objetivo de garantir informação segura, idônea e de qualidade sobre medicamentos aos profissionais de saúde e população em geral, visando o Uso Racional de Medicamentos.
Links interessantes:
Referência:
Vidotti, CCF. Centro de Informações sobre Medicamentos no Brasil: passado, presente e perspectivas do sistema brasileiro de informação de medicamentos. Campinas, SP, 1999 (tese).
Postei em meu bog e twitter sobre esse tema colega Marselle.
ResponderExcluirObrigado pelo apoio em nosso movimento.
Olá colega Marselle adorei o blog, faça uma visitinha no www.coisasdacassandra.blogspot.com
ResponderExcluirAbçs
Cassandra