quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A saúde agoniza em Belém

Qualquer profissional de saúde comprometido fica indignado diante do descaso com que o município de Belém tem tratado a saúde e, em especial, a assistência farmacêutica. Em tempos idos, a capital do Estado do Pará passou por uma verdadeira revolução na área, marcada pela ampliação da rede de serviços em todos os níveis de atenção (primária, secundária e terciária), o que trouxe no seu bojo o incremento e de programas e ações de saúde e de recursos humanos e materiais. Só para citar exemplos dessa revolução, no governo anterior foram implantadas 96 equipes da Família Saudável, a Casa da Mulher, a Casa de Saúde Bucal, a Casa do Idoso, a Casa Mental para adultos, Casa Mental da Criança e Adolescentes e Casa Mental Álcool e outras Drogas, bem como foi reformado e ampliado o Hospital do pronto Socorro da 14 de março e construido o Pronto Socorro do Guamá.

Na assistência farmacêutica o cenário também era bem melhor que o atual. A gestão anterior implantou um Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM Belém), elaborou e divulgou o Memento Terapêutico de Belém para todos serviços de saúde, inaugurou uma das maiores Centrais de Abastecimento Farmacêutico (CAF) do país, além da ampliação expressiva do número de profissionais farmacêuticos nas unidades de saúde e nos prontos-socorros.

Hoje o cenário é bem diferente. Se não bastasse a precaridade do atendimento à população e as péssimas condições das unidades de saúde e das farmácias, estamos vendo um verdadeiro festival de incompetência e corrupção desenfreada. A rede de saúde está sucateada, os profissionais de saúde são submetidos à condições expúrias de trabalho, faltam medicamentos e as pessoas morrem na frente das câmeras de televisão. Sabem o que é pior? Ninguém faz nada. Onde estão as autoridades deste Estado?

Recentemente, a SESMA decidiu "terceirizar" a Assistência Farmacêutica de Belém, transferindo o gerenciamento de toda a cadeia dos medicamentos básicos do município para a administração privada. A Central de Abastecimento Farmacêutica, aquela que fora uma das melhores do país, foi fechada, os servidores contratados foram destratados e os efetivos lotados na rede de serviços de saúde. Quem vai garantir a qualidade dos medicamentos que os usuários do SUS de Belém vai receber? A privatização da assistência farmacêutica era a melhor saída para os problemas de abastecimento de medicamentos? E os medicamentos distribuidos pelo Ministério da Saúde, como por exemplo os medicamentos estratégicos, onde serão armazenados? Perguntas sem respostas.

Penso que todos nós, gestores comprometidos, trabalhadores de saúde e usuários, devemos nos unir em torno da defesa do nosso patrimônio: o Sistema Único de Saúde (SUS). Informe-se melhor sobre o assunto, fale com os seus amigos e vizinhos e denuncie!

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