quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

História da farmácia no Brasil: parte II


Medicamentos industrializados no Brasil: origem e evolução

Laboratório farmacêutico do Rio de Janeiro no início do Século XX.
         No final do século XIX começaram a surgir os primeiros laboratórios farmacêuticos nacionais. Em 1913, o Brasil contava com 765 estabelecimentos produtores de medicamentos. Ao findar-se a 1ª Guerra Mundial, em 1918, esse número já era de 1.181 estabelecimentos, chegando a 1.329 em 1930. Essa expansão deveu-se a dois fatores. Um deles foi a escassez de produtos farmacêuticos, determinada pelo início da 1ª Grande Guerra, que acabou potencializando a produção nacional. O outro fator foi a existência de um grande contingente de técnicos, formados em instituições públicas, interessados em organizar novos laboratórios privados de produção de medicamentos.
         Criados em 1900 para combater um surto de peste bubônica que surgiu no porto de Santos e ameaçava alcançar as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, os Institutos Butantan e Oswaldo Cruz iniciaram sua trajetória de forma modesta, reunindo alguns técnicos dedicados aos exames de laboratório, à produção de soro e vacinas e às pesquisas biomédicas.


Instituto Oswaldo Cruz.
           Muitos técnicos dessas instituições iriam se transformar nos principais protagonistas da criação de novos laboratórios farmacêuticos na primeira metade do século XX, sendo que os pesquisadores oriundos das instituições paulistas seriam os mais bem-sucedidos na criação de grandes laboratórios produtores de medicamentos.
Após a Segunda Guerra Mundial, os laboratórios nacionais começaram a entrara em crise. Para se ter uma idéia da magnitude desse processo, podemos observar que em 1957, entre os 20 maiores laboratórios farmacêuticos existentes no Brasil, 5 eram nacionais ou associados a capitais nacionais: Pinheiros, Moura Brasil, Torres, Fontoura e Lafi. Cinco anos mais tarde, após a compra do Instituto Pinheiros pela Sintex, nenhum laboratório nacional constava dessa lista.

Farmácia e práticas farmacêuticas

            A partir de 1930, a expansão dos laboratórios farmacêuticos nacionais e estrangeiros e a conseqüente ampliação da utilização de suas especialidades geraram uma verdadeira revolução na organização da farmácia e da prática dos farmacêuticos.
            Se até os anos 1920 a utilização de medicamentos prontos ainda era pequena, nos anos de 1930 passa por forte incremento, fazendo com que a procura por produtos elaborados pelos farmacêuticos em seus estabelecimentos se reduzisse fortemente.
            No campo específico do consumo de medicamentos, esse processo se relacionou à revolução terapêutica iniciada em 1935 com a fabricação em escala mundial da sulfanilamida pela Bayer, sendo posta em marcha com o desenvolvimento dos antibióticos na década seguinte.
            No Brasil, a presença das multinacionais dos medicamentos se inicia no final do século XIX, e se intensifica bastante na década de 30. Nesse período, 07 grandes laboratórios farmacêuticos europeus se instalaram no país: Bayer (1890), Rhodia (1919), Laboratório Beecham (1922), Merck (1923), Andromaco (1928), Roche (1931), Glaxo (1936) e Ciba (1937). Além destes, vieram os norte-americanos: Sidney Ross (1920), Johnson & Johnson (1936) e Abbot (1937).
            Os médicos foram os principais agentes responsáveis pela ampliação do consumo de produtos farmacêuticos, receitando, cada vez mais, medicamentos prontos, em substituição aos elaborados nas farmácias.


Campanha da Bayer após o carnaval de 1925

            A ação dos médicos em favor dos novos produtos também era fruto de uma nova forma de propaganda que invadia o mercado dos medicamentos. Até então, a propaganda de medicamentos era feita de forma ampla, tendo como alvo os consumidores. Nesse período, os laboratórios estrangeiros passaram a por em prática uma propaganda exclusivamente voltada para os médicos. Esses deveriam ser os novos mediadores do consumo, indicando aos seus pacientes medicamentos de fabricantes específicos. Amostras grátis, bônus, brindes e forte atuação de representantes comerciais eram as principais armas para atrair os interesses dos médicos. Além disso, os medicamentos desses laboratórios passaram a conter uma novidade: a bula.

Formação do farmacêutico

            A partir da década de 1930, o ensino de farmácia no Brasil passaria por várias mudanças curriculares, relacionadas principalmente às transformações da prática farmacêutica. Pretendia-se aproximar a formação profissional das novas atividades industriais e de serviços no campo da produção de medicamentos e alimentos e na área dos exames laboratoriais. 
Com esse objetivo, em 1962, o Conselho Federal de Educação criou um currículo mínimo para os cursos de farmácia. Com a reforma universitária de 62, esse currículo passou por ligeiras mudanças, mas manteve sua característica essencial: a formação diferenciada. Pela nova legislação, o currículo mínimo para a formação de farmacêuticos compreendia um ciclo pré-profissional formativo: um ciclo básico comum, para a formação de todos os farmacêuticos, e um ciclo diversificado, voltado para a formação de farmacêutico industrial ou de farmacêutico bioquímico.
            Com algumas alterações, essa estrutura permanece até hoje em vigor. Ela tem por objetivo assegurar ao farmacêutico e ao farmacêutico bioquímico condições de exercer atividades em laboratórios de saúde pública, de manipulação magistral farmacêutica (farmácias, hospitais, drogarias), empresas industriais farmacêuticas, indústrias alimentícias, ervanários etc.

Das farmácias às Drugstores

            Tudo isso colocava em xeque o papel das farmácias e dos farmacêuticos. No âmbito da nova terapêutica, era impossível disputar com os modernos laboratórios a liderança na fabricação dos medicamentos. As farmácias não poderiam contar com instalações, instrumentos e pessoas qualificadas suficientes para produzir especialidades cada vez mais receitadas pelos médicos. Além disso, sofriam uma forte concorrência das drogarias que compravam produtos por atacado dos laboratórios e os revendiam por preços mais elevados para as farmácias o grande público.


Em 1935 ocorre a fusão das Drogarias Bráulio e Brasil, fundando a Rede Drogasil.


            Para alguns farmacêuticos, boa parte dos problemas se devia ao fato de pessoas sem a formação universitária em farmácia poderem ser proprietários, ou estar à frente, de estabelecimentos farmacêuticos. Outros acreditavam que as dificuldades se relacionavam ao excesso de farmácias existentes nas grandes cidades e à desunião dos profissionais farmacêuticos, que não se entendiam com relação a quais estratégias deveriam ser utilizadas para valorizar a profissão.

TEXTO EXTRAÍDO DE: EDLER, FLÁVIO COELHO. BOTICAS & PHARMACIAS – UMA HISTÓRIA ILUSTRADA DA FARMÁCIA NO BRASIL. RIO DE JANEIRO: CASA DA PALAVRA, 2006.

História da Farmácia no Brasil: parte I

Os boticários brasílicos

            A botica foi uma das instituições ocidentais que aqui aportaram com os portugueses. O cirurgião-barbeiro, os jesuítas e o aprendiz de boticário, que chegaram aqui com os primeiros colonizadores, trouxeram as “caixas de botica”, uma arca de madeira que continha certa quantidade de drogas. Cada “entrada” ou “bandeira”, expedição militar ou científica, no caso dos viajantes naturalistas, os fazendeiros, senhores de engenho e também os médicos da tropa ou senado das câmaras municipais – todos as possuíam com um bom sortimento de remédios para socorros urgentes.


Caixa de Botica.
         
             Até princípios do Império, os barbeiros concorreram com as boticas no comércio de drogas, suas lojas venderam mezinhas (remédios caseiros), aplicaram, alugaram ou venderam sanguessugas, ou bichas, e manipularam receitas. Nos tempos coloniais existiram poucas boticas. Os jesuítas e os hospitais militares tinham as únicas com que muitas vilas e cidades podiam contar. Os boticários eram oriundos geralmente de famílias humildes e obtinham seus conhecimentos nas boticas tornando-se ajudantes e aprendizes de um encartado. Para a obtenção da Carta de examinação, que lhes possibilitaria o exercício do ofício, submetiam-se a um exame junto aos comissários do físico-mor do reino. 
            Em fins do século XVII, algumas boticas já tomavam a aparência das boticas do reino. Situadas nas principais ruas, ocupavam dois compartimentos. O boticário e sua família residiam nos fundos. Num cômodo ficavam as drogas expostas a venda. Sobre as prateleiras viam-se boiões de boa louça, e potes com decorações artísticas continham pomadas e ungüentos; frascos e jarros de vidro ou de estanho, etiquetados, guarneciam xaropes e soluções. No outro cômodo, estava o laboratório da botica.
           

Pintura de Debret.

           Mesa, potes, frascos, balança, medidas de peso, copos graduados, cálices, bastões de louça, almofarizes, alambiques, destiladores, cadinhos etc, e uma edição da Polianteia Medicinal de Curvo Semedo – essencial para preparar a mezinha (remédio caseiro) receitada por um físico ou cirurgião, ou padre, ou curandeiro.

O primeiro boticário a trabalhar no Brasil foi contrato por Tomé de Sousa. Ele recebia 15 mil réis por ano para cuidar da caixa de botica. Fugindo da Inquisição, a maioria dos boticários eram cristãos-novos, de origem judaica, como Luis Antunes, que possuía uma botica em Recife, em frente ao Hospital da Misericórdia.

           Os cirurgiões, que formavam a maior parte dos profissionais de saúde, também atuavam como boticários. No século XVIII, como os boticários não tinham formação em química farmacêutica, os droguistas passaram a controlar o preparo e o comércio dos preparados químicos, como sais, tinturas, extratos e várias preparações de mercúrio. Dessa forma, os Vallabela, droguistas italianos radicados em Lisboa, enriqueceram enviando drogas para o Rio de Janeiro e Bahia.
            Uma importante fonte de renda para os boticários era o fornecimento para as naus de guerra e fragatas. A preparação das caixas de botica, bem sortidas para as tropas ou em socorro a capitanias com epidemias, podia render boa soma aos boticários. Em função da possibilidade de ganhos que o monopólio da fabricação e comércio de remédios lhes garantia, os boticários foram acusados de zelarem mais pelos próprios interesses que pela saúde dos seus semelhantes.
            Entre 1707 e 1749, 89 boticários prestaram exames no Brasil. Nas boticas jogava-se e conversava-se muito. Viajantes observaram que nos cafés e em certas boticas se reuniam, de portas cerradas, sociedades particulares para se entregarem apaixonadamente a jogos de cartas e de dados. No século XVIII, discussões políticas ou religiosas, além de simples confabulações, ocorriam nesses locais. Vários boticários eram membros da Sociedade Literária do Rio de Janeiro e usavam o espaço das suas boticas para reuniões em que se discutiam temas proibidos. Não havendo imprensa, as boticas tornavam-se um dos poucos espaços para a divulgação das idéias que viriam a ameaçar o próprio estatuto colonial, abrindo os caminhos que levariam à Independência.

A formação médica e farmacêutica

            No Brasil, a Academia Imperial de Medicina (1829 – 1889) foi o principal fórum de debates sobre o ensino médico e a saúde pública imperial e a principal trincheira voltada a defender o modelo anátomo-clínico francês e as idéias higienistas. A formação médica no ambiente hospitalar se tornou fundamental.
            No final do Império, as reformas do ensino médico levantaram a bandeira do ensino experimental. Nesse contexto, a fisiologia experimental e a patologia celular, que viriam a produzir da medicina de laboratório, medicina sem doentes, estavam se consolidando no horizonte da clínica.
            A reforma do ensino em 1832 previa a criação do curso farmacêutico junto às faculdades de medicina do Império. As disciplinas a serem ministradas eram divididas em três anos. Para obter o título de farmacêutico, o aluno deveria praticar, pelo mesmo período de três anos, numa botica de um boticário diplomado.
            Em 1838, Manoel Francisco Peixoto, farmacêutico diplomado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro no ano anterior, em discurso pronunciado na Academia Imperial de Medicina, reclamava a respeito do esvaziamento do curso farmacêutico em contraste com o curso médico. Os farmacêuticos pertencentes a Academia Imperial de Medicina e às associações farmacêuticas que se formaram a partir de 1850 reivindicavam que as faculdade deveriam ter o monopólio da concessão de diplomas como forma de restringir o exercício da farmácia aos homens de ciência de formação acadêmica.

Escola de Farmácia de Ouro Preto.

            Além dos cursos farmacêuticos oferecidos pelas duas únicas faculdades de medicina no Império – a do Rio de Janeiro e da Bahia -, em 1839 foi criada pela Assembléia Legislativa Provincial de Minas Gerais, a Escola de Farmácia de Ouro Preto.
            
            A partir da promulgação da Primeira Constituição Republicana, 1891, que propôs um sistema educacional descentralizado, o ensino farmacêutico estendeu-se a outros estados.

Boticários ou farmacêuticos?

            Em 1875, o farmacêutico Manoel Hilário Pires Ferrão proferiu conferência intitulada “Da farmácia no Brasil e de sua importância: meios de promover a seu adiantamento e progresso”. Nessa ocasião, chamou a atenção para a distinção que deveria ser feita entre boticário e farmacêutico. Boticário podia ser qualquer um que resolvesse abrir uma botica e comercializar a retalho vários remédios sem ter direito para isso. Citava a França como exemplo a ser seguido, pois desde finais do século XVIII adotara o nome farmacêutico para designar aqueles que eram formados em cursos regulares de farmácia. Oficina ou laboratório farmacêutico substituía o termo botica. Acreditava que naquele país a farmácia mantinha “um paralelismo de dignidade e proficiência com a classe médica”. Pires Ferrão assinalava a importância da farmácia como estabelecimento que lidava com a saúde, e que por isso deveria ter um tratamento diferenciado de outras casas comerciais, no que se refere à cobrança de impostos e jurisdição. Nota-se assim, o desenvolvimento de uma elite farmacêutica ansiosa em equiparar-se aos médicos e diferenciar-se dos outros curadores e do estigma das velhas boticas.
            A designação “boticário” continuou a ser usada pela população para se referir ao farmacêutico diplomado. Apesar da lei de 03 de outubro de 1832 estabelecer que ninguém poderia “curar, ter botica, ou patejar” sem título conferido ou aprovado pelas faculdades de medicina, muitos proprietários de boticas pagavam farmacêuticos diplomados para dar nome a seus estabelecimentos, prática que se estendeu até o século XX.
            As boticas ou farmácias, mesmo nos centros urbanos da época, como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Ouro Preto e Recife, acabavam funcionando como locais de assistência médica e farmacêutica, incluindo a prescrição e manipulação dos medicamentos e, provavelmente, a aplicação de procedimentos terapêuticos usuais na época, tais como sangrias, com o emprego de ventosas, lancetas ou sanguessugas, instrumentos que se encontravam à venda nas próprias farmácias.

Da matéria médica à farmacologia

            O aparecimento das drogas industrializadas se deve à emergência da profissão farmacêutica. Ao combinar as habilidades e competências dos boticários, botânicos e químicos, ela permitiu o avanço do conhecimento sobre as drogas. Uma descoberta científica, a síntese em laboratório da uréia, em 1828, por Wöhler marcou ao mesmo tempo o crepúsculo do vitalismo e a historio da farmácia, pois abriu as portas para a síntese de substâncias orgânicas.
            Justus Liebig (1803-73) lançou as bases da farmacodinâmica moderna ao descobrir as ações farmacológicas e químicas do organismo, sobretudo os fenômenos metabólicos. Medicamentos de uso comum passaram a ser investigados, principalmente na Alemanha, para se descobrir como atuavam nos tecidos. A colaboração entre químicos e fisiologistas tornou-se um procedimento básico para a demonstração de que os princípios ativos tinham os mesmos efeitos das drogas originais.

A farmácia oficinal e a arte de formular


Criada por dom João VI em 1808, a Botica Real Militar atendia aos exércitos da Coroa
(Fonte: Agência FIOCRUZ de Notícias)

            No final do século XIX, as farmácias ainda mantinham boa parte do instrumental tecnológico herdado das boticas.
            No decorrer do século XX, esses tradicionais estabelecimentos passariam por um longo processo de transformação, que acabaria por excluir do seu perfil as atividades artesanais de preparo de substâncias empregadas na arte de curar, confiando à sua responsabilidade a comercialização de medicamentos industrializados, agora utilizados pelas ciências da saúde. Esse processo se relacionou, principalmente, ao desenvolvimento da produção de medicamentos e às conseqüentes modificações nas suas formas de distribuição e comercialização ocorridas nas últimas décadas do século XIX.
            O advento da microbiologia, as investidas da terapêutica no campo da química e o distanciamento do pensamento médico das concepções hipocráticas que atribuíam uma força curativa à natureza transformariam esse cenário, possibilitando o desenvolvimento de um grande número de novos medicamentos, cada vez mais eficazes na proteção e no combate a doenças específicas.


TEXTO EXTRAÍDO DE: EDLER, FLÁVIO COELHO. BOTICAS & PHARMACIAS – UMA HISTÓRIA ILUSTRADA DA FARMÁCIA NO BRASIL. RIO DE JANEIRO: CASA DA PALAVRA, 2006.

Campanha zero imposto para medicamentos

 Considerações
- O medicamento é um produto para a saúde e considerado estratégico e de interesse público.
- O mercado brasileiro de medicamentos já é considerado o 8º maior do mundo com 3,06%
- A constituição federal considera a saúde um direito de todo brasileiro e dever do Estado
- O acesso ao medicamento ainda é restrito para grande parte da população e que essa população não o encontra disponível na rede pública
- A carga tributária médiasobre medicamentos é de 33,9% 
- A média mundial da carga tributária de medicamentos  é de 6,3% (não considerando o Brasil)
- Muitos paises já possuem carga zero ou próximo do zero, entre eles EUA, Canadá, Suécia, Venezuela, Colômbia e México
- Considerando que o imposto sobre o medicamento veterinário é de 13,1%
- Que essa politica arrecadatória predatória torna o setor farmacêutico o 5º. Maior em arrecadação
- Que o retorno desses impostos na forma de incentivo a pesquisa e desenvolvimento para as indústrias produtoras é praticamente nulo.
- Que o retorno dos impostos para a assistência farmacêutica dos municipios é irrisório face a demanda da sociedade por medicamentos
-Que o fornecimento de medicamentos para doenças graves é extremamente limitado obrigando grande parte da população a judicializar sua demanda para conseguir seu tratamento
Proposituras
- Formar uma grande base de apoio para zerar os impostos de medicamentos
-Agregar o apoio das entidades representativas dos produtores de medicamentos, atacadistas, varejistas
- Agregar o apoio dos sindicatos de farmêuticos do Brasil assim com a Federação
- Agregar o apoio do CFF e os CRFs
- Agregar o apoio dos demais Conselhos profissionais da área da saúde além dos seus respectivos sindicatos
-Agregar a sociedade organizada através das entidades e associações de pacientes
- Conseguir apoio de uma grande bancada de parlamentares para essa demanda
- Promover cursos e palestras sobre o tema
-Promover inserção de material explicativo nas midias disponíveis
- Envolver toda a sociedade através das redes sociais
- Promover a criação de um comitê organizador multisetorial para gerir essa campanha

Iniciadores da campanha
Marcelo Polacow Bisson – Vice Presidente do CRF-SP
Pedro Eduardo Menegasso – Tesoureiro do CRF-SP
Margarete Akemi Kishi – Secretária Geral do CRF-SP
Extraído de: http://farmacetico.blogspot.com.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Homenagem ao Dia Nacional do Farmaceutico

Hoje acordei pensando no que escrever neste blog para homenagear um profissional essencial para a sociedade: o farmacêutico. Entre todos os textos que li e as coisas que rascunhei, sem encontrar nada tão profundo e representativo, acabei recebendo no final da manhã um email de uma grande amiga farmacêutica, a professora Joice Cruciol, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), com um link para página do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UEL. Ao clicar no link, percebi que havia encontrado o texto que eu procurava. Simplesmente a Joice escreveu a bula do farmacêutico.


Parabéns a todos que exercem a profissão com dignidade, honradez e orgulho!

 
FARMACÊUTICO®
 
COMPOSIÇÃO:
Ética e bioética        _____________________  Original de Fábrica (21 anos ou +)
Preocupação e cuidado com ser humano _____  Original de Fábrica (21 anos ou +)
Conhecimento técnico        _______________   Formação Acadêmica (4 anos ou +)
Habilidades de comunicação especial ________  Trabalho e/ou pós-graduação (2 anos ou +)
Inteligência Emocional ____________________  QSP Um Profissional FARMACÊUTICO!
 
INDICAÇÃO:
Indicado para promover a saúde, prevenir e controlar doenças com o uso de medicamentos, realizar e interpretar exames laboratoriais, produzir medicamentos e garantir sua qualidade, assumir com o paciente a resposabilidade pelo Uso Racional dos Medicamentos (URM), ou seja, que sejam respeitados os cinco preceitos: 1) Paciente certo, 2) Fármaco (Princípio Ativo) e Medicamento (produto) certo, 3) Dose (quantidade) certa, 4) Tempo (Duração e Intervalos) certos e 5) Custo certo.
 
EFEITOS:
Realiza seu trabalho com dignidade e nas suas indicações precisas. Monitora a utilização de medicamentos para garantir que o usuário utilize medicamento apenas quando é Necessário, Efetivo, Seguro e Conveniente ao seu estado farmacoterapêutico/clínico.
 
MECANISMO DE AÇÃO:
Atua com educação, lisura, respeito e humanismo, agregando seus conhecimentos técnicos e habilidades de comunicação especiais, assumindo a co-responsabilidade pela produção, qualidade e utilização do medicamento.
 
CONTRA-INDICAÇÃO
Evitar menosprezar e subestimar os conhecimentos técnicos e habilidades do FARMACÊUTICO®, evitar explorar apenas o lado ‘comercial’ de sua profissão, evitar confundir o “Balconista” com ele e evitar exigir diagnósticos clínicos como se ele fosse um “Médico”.
 
POSOLOGIA:
Recorrer ao FARMACÊUTICO® SEMPRE que receber uma receita médica e quando resolver se automedicar. Procure SEMPRE o FARMACÊUTICO® e tire suas dúvidas com ele ao perceber o início de sintomas leves (que possam ser aliviados por um medicamento simples, ou quando precisar da avaliação de um profissional da saúde para melhor encaminhamento para diagnóstico médico). Ele saberá lhe informar se o caso é grave e necessita uma consulta médica.
 
PRECAUÇÃO:
Manter o FARMACÊUTICO® sempre próximo das crianças, adultos e idosos, principalmente quando utilizarem vários medicamentos ou produtos de uso contínuo.
Observar qualidade da comunicação e prazo da validade dos conhecimentos técnicos, a fim de evitar efeitos tóxicos.
 
EFEITOS ADVERSOS:
FARMACÊUTICO® de excelente qualidade apresenta mínimos efeitos colaterais e adversos, apresentando benefícios maiores que riscos. Os itens "Originais de Fábrica" são de responsabilidade "genética", entre em contato com o fabricante. Os desvios de qualidade ou efeitos adversos observados devem ser notificados aos setores correspondentes.
 
FALHAS DE QUALIDADE OU TOXICIDADE:
Se o FARMACÊUTICO® apresentar falhas de qualidade ou for ignorado em seu local de trabalho e função, os efeitos tóxicos mais comuns serão: 1) falta de obtenção do efeito desejado dos medicamentos, falta de solução e falta de controle dos problemas de saúde , 2) obtenção de reações e efeitos adversos dos medicamentos utilizados por falta de orientação adequada, 4) falta de adesão ao tratamento por falta de ensino e educação ao paciente sobre a importância disso, 5) complicações orgânicas por combinações de medicamentos incorretos, 6) aumento nos gastos com medicamentos, devido à aquisição, uso inadequado e estoque em casa de produtos indevidos.
 
INTERAÇÕES:
O FARMACÊUTICO® deve interagir com todos os profissionais da saúde, respeitando os limites de atuação de cada um e no âmbito do medicamento, insumos e correlatos. Os efeitos provenientes destas interações devem sempre ser benéficos ao paciente, aos gestores e aos profissionais entre si. Outros profissionais também poderão interagir com o FARMACÊUTICO® e se beneficiar de seus conhecimentos. Interações prejudiciais poderão ocorrer se o prazo de validade estiver vencido ou quando as informações forem obtidas em fontes duvidosas. Certifique-se da qualidade do profissional!
 
CONSERVAÇÃO:
Mantenha o FARMACÊUTICO® em local de destaque na equipe de saúde, com identificação clara e sob constante atualização de seus conhecimentos e habilidades, para a MELHOR obtenção de seus efeitos!
  "FARMACÊUTICO= Fazendo a diferença na informação sobre medicamentos!"
 
"USUÁRIO: Se tiver dúvidas AO UTILIZAR UM MEDICAMENTO, pergunte ANTES ao FARMACÊUTICO!"
 
*Esta empresa não se responsabiliza pelos componentes "Originais de Fábrica" e que podem causar efeitos individuais e adversos desconhecidos de cada FARMACÊUTICO®"
 
Farm. Resp. (pelo texto e site):
Profa Dra. JOICE M. CRUCIOL E SOUZA, CRF-PR
Chefe Depto. Ciências Farmacêuticas – DCF
 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Erros de medicação: a dor evitável



No dia 07 de dezembro de 2010, nas primeiras horas da manhã, uma notícia veiculada na televisão chamou minha atenção imediatamente: a morte de uma menina de 7 anos decorrente da aplicação de vaselina líquida no lugar de soro fisiológico. Imediatamente me lembrei de um episódio ocorrido em um hospital de Belém em que um paciente recebeu fentanila no lugar de diazepam porque as ampolas eram quase (quase mesmo!) idênticas.

Como no mercado farmacêutico há produtos com embalagens praticamente idênticas e no sistema de saúde os profissionais comportam-se, em muitos casos, como funcionários de uma fábrica, realizando funções mecânicas e repetitivas com baixa reflexão, porque objetivo é receber o salário no final do mês e contribuir para a maximização dos lucros do setor, o (in)evitável acaba acontecendo: o erro de medicação. 

Quantas pessoas morrem ou têm sequelas terríveis resultantes da negligência ou imprudência de alguns "profissionais" de saúde? Quantas mortes decorrem de um erro de medicação?

A ausência de dados estatísticos fidedígnos alia-se ao cenário pessimista da formação superior em saúde no Brasil. Embora tenha crescido o número de cursos superiores em todas as regiões do país, a qualidade de muitos deixa a desejar.

Os erros de medicação ocorrem diariamente nos serviços de saúde, nas comunidades e nas famílias. São multifatoriais e multifacetados. O mais chocante nesse tipo de evento decorrente do uso de medicamento é que, diferentemente das reações adversas e alérgicas, são EVITÁVEIS.

Para evitar os erros de medicação, os profissionais de saúde e as instituições devem estimular o reconhecimento do erro, por meio de relatos não punitivos, e o desenvolvimento de estratégias de prevenção.

Embora tenha sido publicado em 2005, o texto da profa Lenita Wannmacher intitulado Erros: evitar o evitável é uma boa leitura para quem quer começar a entender melhor o assunto. Visite o link http://vsites.unb.br/fs/errodemedicamentos.pdf.

Vamos perder o medo de falar sobre o erro. Assim podemos evitá-lo!